terça-feira, 25 de março de 2014

de volta à adolescência

Sempre que volto a casa dos meus pais ao fim de semana renasce um pouco do meu lado mais adolescente. Gostava de ajudar a minha mãe mas faço-me de distraída e não ajudo tanto como devia, faço de conta que não percebo a desarrumação do meu quarto, durmo como um bebé e as manhãs na cama têm um sabor diferente. Mas há uma coisa realmente muito especial e que me faz sentir sempre mais feliz. Quando me arranjo para sair, estou a escolher a roupa, a maquilhar-me, a dar beijinho à mãe, a sair de casa e a chamar o elevador... sinto-me outra vez com 16 anos e absolutamente nada mudou. O que não é verdade, eu nem sequer sou a mesma pessoa. Mas esta sensação de continuidade nas coisas boas, nas pessoas que me fazem bem, as que deixo em casa e as que vou encontrar, dão-me uma segurança e uma tranquilidade incomparáveis.
E tudo isto me faz pensar numa coisa que anda aqui a pairar há algum tempo. Penso na minha adolescência e chego à conclusão que fui uma grande betinha. Achávamos, eu e as minhas amigas, que éramos umas grande malucas, que bebíamos imensos copos e que fazíamos muitas loucuras. Pois, não fazíamos nada disso. Não passávamos de umas miúdas que gostavam muito de sair à noite, de beber umas bebidas que nos faziam sentir muito adultas e sim, apanhámos várias bebedeiras tolas. Mas o mais importante é que gostávamos, acima de tudo, de nos divertir uns com os outros. Éramos  umas verdadeiras meninas de coro, nunca me metemos em sarilhos, nunca arranjámos problemas e, se fizémos algumas figuras tristes, contam-se pelos dedos de uma mão. E aprendemos com isso, quanto mais não fosse pela vergonha.
Enfim, esta conversa daria pano para mangas. Até posso meter-me aqui a falar, qual velha do Restelo, da juventude perdida dos dias de hoje, essa pouca-vergonha que vejo por aí, às vezes tão perto de casa. Mas não vou fazer isso porque não acho que seja sempre assim e generalizar é muito feio. Além disso, a minha adolescência não foi assim há tanto tempo (já estávamos no presente século, oh god!) e tenho a certeza que outras gerações disseram o mesmo de nós.

imagem daqui

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