Depois de uma semana que talvez tenha sido a
pior a minha vida, chegou a altura de parar, respirar fundo e seguir em frente.
Chorei muito. Chorei tanto que acreditei que ia desmanchar-me por dentro. E talvez
isso tenha mesmo acontecido. A tristeza traz-me uma perspectiva e uma clareza
de espírito inacreditáveis e estava mesmo a precisar disso. O coração ferido
permitiu-me olhar para dentro e agora estou a tentar desmontar, aos poucos, o
quebra-cabeças que vive em mim, contar as peças e, quem sabe, voltar a pôr
todas nos seus lugares. Ou então, deitar fora o que está a mais. Isso é que era
mesmo bom. E não estou a falar de pessoas, essa limpeza já fiz há muito tempo,
mas de medos, frustrações, complexos e outros tais que, sem eu dar por isso, se
alojaram por aqui e não desaparecem por nada.
O pior já passou mas a tristeza
não vai passar tão depressa nem eu quero. Preciso dela e das minhas lágrimas
para acompanharem a minha saudade, tal como também quero sorrisos e lembranças
daquelas mesmo boas. E eu tenho tantas. Acho que estas são as tristezas de
gente feliz.
Por isso, está tudo bem. Estudei que me fartei nos últimos dias,
no sábado enchi-me de sushi e comecei a ler um livro de um autor que adoro. Ontem, no exame, tentei fazer o melhor que pude. Fiz um jantar bem especial e recuperei forças naquele abraço.
Agora,
vamos lá, um minuto de cada vez. Como sempre.